Quando cheguei em casa você já estava lá, falando ao telefone, provavelmente resolvendo alguma pendência do dia. Te joguei um beijo, você tirou o telefone do ouvido e me disse: “Que bom que você chegou, estou morrendo de fome.”
Não sabia se sentia alegria ou raiva, alegria por saber que você gosta da minha comida ou raiva por depois de um longo dia, ter que cozinhar.
Mas não pensei em mais nada, larguei a bolsa, lavei as mãos e fui preparar algo para comer. Não contava com a forte pressão da torneira e a água molhou toda minha blusa branca, ótimo, pra fechar o dia com chave de ouro.
Nisso você se aproximou, ficou atrás de mim com os braços envolvendo minha cintura, senti seu hálito quente no meu pescoço e meu corpo reagiu, num instante toda irritação desapareceu. Virei-me para te pedir pra me deixar terminar e você me beijou com tanta vontade que capaz que neste momento eu nem saberia mais meu nome. Pegou-me no colo, me levou até o banheiro e em instantes me despiu, revelando o que minha blusa branca e molhada já denunciava. Tirou sua roupa, ligou o chuveiro, a água morna passeava por minhas curvas junto com suas mãos, a excitação era tão intensa que minha única força era a de te puxar para mim. Nossas línguas se devoravam e meu corpo deslizava contra o seu, corpos quentes, sedentos de prazer. Senti suas mãos fortes me encostarem contra o box e me ofereci para você, salientando toda a curvatura da lombar. Nesse momento, o que exalava era o cheiro do nosso querer, o atrito gostoso de dois corpos ensaboados. O barulho dos pingos de água davam ainda mais ritmo ano nosso ballet completamente sacana.
Suas mãos faziam o trajeto do pecado: seios, barriga, coxas. Tudo dominado pela necessidade de ser sua.
De ballet fomos à ópera e alcançamos o ápice na nona sinfonia de Bethoven, criando o nosso som, sussurrado, apertado, sentido, gozado.
Depois veio a calmaria, o momento final do espetáculo em que todos se levantam e aplaudem. Uma cena de cinema, sem personagens, sem fala decorada, sem direitos autorais. Tudo no improviso, tudo de verdade. Tudo você e eu.
Entrei debaixo do chuveiro sorrindo satisfeita e me sentindo tola, olhando pro meu corpo todo marcado, usado, entendi que a sua fome, a que disse ter quando cheguei, era essa.
“E eu me lembro do seu rosto
Do seu gosto
Dos seus dedos
Que entre os meus
Se confundiam
E pareciam
Ser um do outro
entrou pra sempre
Dentro
Do meu corpo
O seu corpo
Se escrevendo em minha pele
O amor nos perguntou
E nós dois dissemos que sim”
Santa Maria – Nando Reis
Posso responder de vc?
Gosto muito do q vc escreve, consigo e muito imaginar tudo.
Fico esperando por textos, e vc sabe disso.
MIL bjs.
Que texto delicioso. Arrepiei até. rsrsrs
Quanta intensidade Nanda!
Passa um filme na cabeça.
Show.
Du
Intensidade. Vontade. Desejo. Assim que eu sinto em ler-te. Vixe, um #fogonaperiquita!
bjos, ú&e espalha brasas
Adorei a foto!!
Esse texte me deu fome… Huummm.. Nhac!
Parece que ultimamente so temos falado de comida, néam?! Hahaha
Beijos!
Essa fome urgente nos deixa com água na boca, só de ler…
Melhor ainda: matá-la sob a água quente do chuveiro sobre os corpos ardentes..
Hum, ótimo texto pra uma sexta feira.
Beijos, Nanda!!
Nanda tá me saindo melhor que a encomenda!
Me lembre de te contar, depois, em off, umas histórias sobre o ‘querer comer’…
Muito bom!
Beijo
Ei, prima…quequeisso???
Numa sexta-feira???
Numa hora dessas???
“Salientando toda a curvatura da lombar” foi óóótimoooo! Rs
Muito bom, very hot!
Beijo, beijo!
ℓυηα
Fomes devem ser saciadas, não instigadas com lucubrações. Tivesse se jogado no colo dele, entenderia de cara. Mas aí não seria um conto feminino. Hehehehe.