Um vento inclemente bate na janela. O céu azul se torna cinza e logo negro.
Enquanto o tempo muda, a eletricidade que paira no ar se mistura à eletricidade de nossos corpos seminus.
As línguas se procuram e se misturam. Tocamos um ao outro: arrepio, tesão, saudade.
Todos os sons somem. Ouvimos somente a respiração ofegante um do outro.
As roupas somem e surgem ao chão, espalhadas.
Sinto com as mãos o quanto me queres. Molhada.
Ajoelho-me diante de ti. Abro-te. Exploro-te. Tuas coxas nos ombros. Teu sabor nos lábios.
Uma janela se abre. Natureza. Poder. Gotas de chuva nos tocam e nossos sentidos ficam mais apurados.
Corres para fechar a janela com teu corpo nu, sem frio. Fechas a janela. Me aproximo por trás.
A imagem de fora eternizada. O teu corpo nu. Seios, rosto, pelos. Meu corpo atrás, abraçando-te, tocando teus seios, teu sexo. Tu abres teu mundo para mim.
Vira e beija-me. Abre-te mais. Encosto meu corpo ao teu e penetro. Vivo. Duro. Forte.
Tua língua na minha. Um olhar. Sem palavras. É exatamente ali que deveríamos estar.
Coloco teu corpo arqueado para ver a tempestade. Beijo tua fada, tua estrela.
Sei o que queres. E dou-te inteiro. Mãos. Cabelos. Pedidos. Chuva e vento.
No momento derradeiro, entrega-te a mim. Teu néctar. E o meu ao teu se mistura.
Únicos. Eternizados no corpo e na mente.
Cansados. Realizados. Vemos a tempestade que chega enquanto a nossa abranda. Por ora.
Mordred