Toca o telefone. Atendo. Tua voz do outro lado me diz que estás no lugar errado, que eu estou no lugar errado.
Me descobres nua, mesmo à distância. Eu o adivinho duro, mesmo sem tocá-lo.
E na tua voz excitada, vou caminhando para o nosso prazer. Apalpando-me, como se fossem tuas as mãos. Convidando-o a me descobrir. Enquanto sussurro de mim, eu suspiro a saudade que sinto do toque que já tive.
(e ainda quero)
Suspiro de novo.
Sorriu? Até posso ouví-lo.
Vou guiando teus passos, na minha boca vai crescendo a tua nostalgia, nas minhas falas vais enlouquecendo em demasia, na respiração – em que ofego – percebo que ofegas também.
Até quanta distância crescerá o nosso desejo?
Eu me masturbo arqueada na cama quase em desespero.
E ouço o teu arquejar nas ondas do telefone.
Fala para mim aquelas sensações, fala o que queres de mim quando estivermos juntos, lembra tudo que fizemos, as nossas escapadas. Desde quando cativado pelo meu ombro nu, até o meu sofá na nossa madrugada.
Fala.
E me deixa sentir tua voz, como se fosse a tua boca.
Permita-me desejar-te, quase que como louca.
E junto comigo… se perde de si na minha perdição.
Shakti